Casamento não é missão, casamento é amor em ação

O que você precisa valorizar no seu casamento? Pare um pouco e relacione duas ou três áreas onde você precisa investir em seu casamento.

Os dez mandamentos do namoro

O namoro não faz parte da cultura bíblica. Prova disso é que não lemos de namoro na Bíblia. Mas as Escrituras têm o dizer sobre o assunto.

Podemos fazer sexo anal?

Se você vai praticar sexo anal use camisinha, use um bom lubrificante, relaxe a musculatura na hora da penetração, e seja feliz!

Algumas lições para os casais

Os casados devem viver o casamento como se o não fossem, com liberdade madura, com leveza, conquistando cada dia o nosso cônjuge.

Casamentos saudáveis

Os estudos mostram “sete chaves” para se vivenciar uma aliança e não apenas um casamento funcional.

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sábado, 18 de janeiro de 2014

Casamento não é missão, casamento é amor em ação

A melhor definição de casamento que conheço é aquela que diz: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”. Casamento é deixar quem você já ama naturalmente para viver com quem você ama por escolha; é unir-se voluntariamente por amor a alguém para uma relação de unidade integral de corpo e alma. Casamento é gozar a vida com a pessoa que você ama todos os dias de sua vida breve.

O homem e a mulher foram criados igualmente à imagem e semelhança de Deus, com percepções humanas e divinas equivalentes. Conforme o plano da criação é o homem que responde inicialmente diante de Deus pelo casal e pela família, mas Deus fala também diretamente com a mulher e essa fala com Deus. Isso mostra a capacidade relacional entre o homem e a mulher e deles com Deus.

Nenhuma relação humana se equipara à conjugalidade inerente ao casamento. A semelhança entre o homem e a mulher é tão óbvia, que, as primeiras palavras de Adão ao encontrar-se com Eva foram: “Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada”. As diferenças que existem entre homem e mulher são pontos de integração na relação conjugal. As diferenças se complementam e favorecem a interdependência entre marido e esposa.

Mas, se homem e mulher foram criados capazes de viverem em perfeita harmonia e amor, por que então os casamentos são cada vez mais instáveis? Por que tantas esposas e maridos sofrem em seus casamentos? Por que muitos casamentos são um verdadeiro inferno ao ponto de um desejar a morte do outro quando não acontece de literalmente matar? Existe amor num casamento assim?

Precisamos voltar ao princípio e lembrar que a capacidade de um casamento pleno foi prejudicada pelo pecado. Ao pecarem, Adão e Eva começaram uma rivalidade entre si que faz mal a todo casamento. O castigo de Deus para ambos foi: “o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará”. Ou seja, a mulher tem o desejo de controlar o homem e o homem de controlar a mulher. Mas isso não é mandamento de Deus para o casamento e sim consequência do pecado. Casamento não é controle.

O egoísmo tem destruído muitos casamentos desde então. Daí existirem as mulheres rixosas, capazes de destruírem qualquer casamento. Ninguém tem que suportar uma esposa rixosa. O próprio Deus diz que é melhor morar no canto do terraço do que junto com a mulher rixosa na mesma casa. Melhor é morar numa terra deserta do que com a mulher rixosa e iracunda. A mulher briguenta é como o gotejar contínuo no dia de grande chuva, é insuportável. Ninguém tem que casar ou viver casado com uma mulher assim. Se não houver mudança no casamento, o melhor é mudar de casamento. Veja o vídeo:



Por outro lado também existe o marido carne de pescoço, intragável, brutamontes, reclamador, exigente ao extremo, sem amor, sem afeição, sem compreensão, sem mansidão, sem humildade. Esses também não devem ser suportados num casamento até que a morte separe o casal. O que todos precisamos saber e praticar antes ou depois de casados, é que casamento não é um carma, uma cruz que temos de carregar, uma missão para mudar o outro. Aliás, ninguém deve casar para mudar o seu cônjuge. Esse era papel dos pais e não do marido ou esposa. Casamos por amor e para amar, e não para domesticar, domar, mudar ou transformar a pessoa com quem casamos. Lembre-se da punição de Deus: “Ele te governará”. Mas isso não precisa nem deve ser assim. Cada um deve aceitar o outro como cada um é. As mudanças dentro de um casamento acontecem com consciência e por decisões maduras e conjuntas. Ser aluna de um marido professor é coisa que nenhuma mulher aguenta nem deve. Veja o vídeo:



Casamento é amor em ação. Isso não faz a gente negar que existem as incompatibilidades, o que é natural, porque somos indivíduos antes de sermos um casal. Até porque um casamento só pode ser sadio se ele for constituído por duas pessoas inteiras, autênticas, verazes, e que estabelecem seus próprios limites. Mas existem sim as diferenças, e se não existissem, alguma coisa estaria muito errada. Depois de mais de trinta anos casado, vejo o quanto sou diferente da minha esposa, mas isso não anula nem diminui o nosso amor. Pelo contrário, a consciência e o respeito pelas diferenças qualificam o amor entre um casal. Portanto, chega de tratar o casamento como um sacramento infernal. A própria palavra conjugal fala de junção, harmonia, entendimento, prazer e alegria em viver com a pessoa amada. Caso contrário, não é casamento, é missão, e não casamos para isso. Deus nos tem chamado à paz.

Antonio Francisco – Cuiabá, 18 de janeiro de 2014

sábado, 7 de dezembro de 2013

Viva seu casamento antes que ele morra

Esta semana, a convite de um casal amigo, fomos ao cinema assistir ao filme “Vovô sem vergonha”. Éramos três casais naquela noite de confraternização. O filme, politicamente incorreto do início ao fim, começa com o momento em que a esposa de Irving falece, o que traz motivos de comemoração para o velhote. Mas antes disto, Irving precisa levar seu neto Billy (Jackson Nicoll, carisma puro) ao outro lado do país para entregá-lo a seu pai, já que a mãe do garoto será presa devido ao porte e uso de drogas.

O filme não é para moralistas e pudicos exacerbados, mas para quem quer rir e se descontrair um pouco, como aconteceu no cinema naquela noite. As pessoas davam gargalhadas quase que o tempo todo porque o velho era sem vergonha mesmo. Enquanto isso aproveitei para tirar algumas lições para a vida conjugal, como tenho procurado fazer em todos as ocasiões. Depois que você aprende a olhar para tudo o que acontece ao seu redor como uma parábola para a vida, tendo sempre Jesus como chave hermenêutica de tudo e não apenas das Escrituras, é maravilhoso. Nisso se aplica a palavra que diz: "Todas as coisas são puras para os puros", exceto o que é contra a vida.

No velório da mãe (que foi uma confusão), a filha aparece toda revoltada contra o pai e entrega o filho ao avô para que o mesmo entregue o neto ao pai. Isso me pareceu mostrar uma família em total desarmonia. O marido ao invés de lamentar a morte da esposa, comemora, e a filha sai do velório para a prisão pelo uso de drogas. Isso diz da necessidade de conversão entre pais e filhos, como diz a profecia bíblica. Existem muitos filhos órfãos de pais vivos que nunca deram atenção aos seus filhos, fazendo-os crescer com total necessidade de amor, carinho, e qualidade de vida. Essa carência afetiva torna os filhos vulneráveis nesta sociedade violenta e fria.

Por alguma razão (problemas com a funerária), Irving não conseguiu sepultar sua esposa. Por isso mesmo, naqueles dias quando teve que levar o neto para o pai do menino que morava numa cidade distante, ele colocou o corpo da esposa morta no bagageiro do carro e viajou com o cadáver, sem sentir nenhum remorso, até que de volta para casa, joga o corpo da velha de cima de uma ponte dentro do rio. Será que existem casais andando com o cônjuge vivo-morto? Certamente que sim.

O avô acaba voltando para casa com o neto que não ficou com o pai. O menino gostava muito do avô e este do menino. Um parecia suprir a carência afetiva e relacional do outro. Há pontos positivos nisso, mas ai do marido ou da esposa que trocar o cônjuge pelos filhos ou pelos netos. Talvez seja por este motivo que a maioria dos casais americanos se separam, ou seja, quando os filhos saem de casa. Um olha para o outro e por não terem mais o que tinham em comum que eram os filhos, se separam. 

Não espere que seu cônjuge morra para viver intensamente seu casamento. Depois da morte da esposa, Irving reclamou para uma mulher que estava ao seu lado na recepção de um consultório, que há muitos anos não fazia sexo com a esposa. O filme mostra com ênfase a obsessão do velho pelo sexo, o que parecia ser pelo menos em parte resultado de uma vida sexual frustrada. Isso retrata a realidade de muitos casais que têm uma sexualidade insatisfeita por razões as mais variadas. Às vezes o problema passa pela falta de saúde física, mas na maioria das vezes é falta de saúde relacional, tabus, preconceitos, criação disfuncional e tantas outras razões. Poucos casais têm uma vida sexual com qualidade, o que é uma pena, deixar de gozar dessa bênção que Deus nos deu.

A Bíblia diz: “Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias de tua vida fugaz, os quais Deus te deu debaixo do sol; porque esta é a tua porção nesta vida pelo trabalho com que te afadigaste debaixo do sol”. O casamento também é feito de brincadeira, brincadeira de gente grande, mas brincadeira. A vida conjugal é longa e não sobrevive apenas com seriedade e moralismos que não qualificam a relação. Casamento é feito de alternativas, combinações e diferenças. Quem não sabe dissimular e deixar pra lá muitas coisas no casamento, pode morrer de tédio. Tem a hora do riso e tem a hora do choro, a hora da dança e a hora do enterro. Se você não entrar no ritmo do outro, não dá. Quem casa não pode viver engessado, ser intolerante e inflexível. Quem casa não pode ignorar o momento do outro, o dia do outro, o humor do outro, a vontade do outro, e a oportunidade do outro.

Casamento é coisa séria, mas também precisa de leveza, de um pouco de gaiatice. Muitos casais passam a vida inteira sentados na praça e não brincam. Quando o casamento é funcional e saudável, a relação fica mais espontânea e intensa em seus valores à medida que o tempo passa. Mas, muitos casais nunca brincam, ou deixam de brincar e passam a competir entre si. Quanta gente gastando sua energia no casamento para brigar, reclamar e não para brincar e fazer o outro feliz.

Acredito que muitos casamentos são tediosos como o casamento do “vovô sem vergonha”, onde tudo parece negativo na relação. Tem gente que se associa tanto ao negativo que mesmo falando de algo positivo enfatiza o que seja negativo, como fizeram os religiosos com Jesus. Ele era amável, acessível, cheio de graça. Mesmo assim foi visto como um glutão, bebedor de vinho e amigo de pessoas inaceitáveis. Essa cosmovisão negativa destrói qualquer casamento. Pessoas assim não choram com os que choram, nem se alegram com os que se alegram.

O equilíbrio tem uma importância que devemos esperá-lo em todas as situações da vida. O vovô não era equilibrado, e isso num casamento causa muitos problemas. Um casamento saudável é equilibrado. Nele há alegria e tristeza, pois é assim que a vida é. Uma pessoa normal não vive sempre alegre nem sempre triste. As duas expressões de sentimentos, tanto da dança como do pranto fazem parte de uma vida equilibrada. A capacidade de viver entre esses dois polos é o que dá sentido à vida.

Os poetas compõem melhor no choro ou na alegria. É entre a dança e o pranto que a vida acontece. O casamento ondula entre essas duas realidades, e nesse meio devemos brincar fazendo poesia com a vida. O livro dos Salmos ilustra bem isso. Ele fala de angústia, mas de forma poética. O livro de Cântico dos Cânticos fala do prazer físico, mas também de forma poética. A poesia pode estar tanto no prazer quanto no doer. O vovô era um tarado por mulher, mas não parecia ser romântico.

Gostei da jovialidade do vovô e isso devemos imitar; nunca devemos perder o espírito de menino dentro de nós. Algumas pessoas morrem aos vinte anos e são enterradas aos sessenta. Bom é quando você se olha no espelho com sessenta anos e se sente com vinte. A vida não pode perder a leveza. Precisamos parar de complicar e aprender a brincar. Isso pode acontecer plenamente de forma respeitosa e sem inconveniências. Precisamos curtir a vida dentro do casamento. O casamento acaba quando o casal não sabe mais brincar, apreciar-se, curtir a vida.

Hoje é dia da salvação, é dia sobremodo oportuno para salvar seu casamento. Hoje mesmo olhe para sua esposa com novos olhos, faça carícias nela, afague seus cabelos, beije sua amada com muito carinho. E você esposa, procure seu amado, mostre amor, apreciação e respeito por ele. Levantem-se do banco da praça da vida e comecem a brincar. A praça é nossa! Deixem os meninos livres, se libertem da religião castrante, moralista, e opressora e viva o seu casamento antes que ele morra. Talvez alguém diga: “O meu casamento já morreu”. E eu lhe digo: Jesus ressuscita os mortos, inclusive casamentos.

Antonio Francisco.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Sexo e prazer

Muitas pessoas procuram especialistas em busca de solução para seus problemas sexuais, até que percebam que muitos ou quase todos esses problemas não são de natureza orgânica, mas relacional, moral, emocional, cultural e espiritual. É bem verdade que os médicos e terapeutas devem ser consultados sempre que necessário, porém, muitas soluções estão dentro de casa, ou seja, na própria vivência do casal. Ressentimentos, complexos, desinformação, atrapalham qualquer relação.

Uma compreensão distorcida sobre sexo e prazer impede que o casal usufrua desse que é um dos melhores prazeres desta vida – o prazer sexual. Quando eu era menino muitas vezes fui repreendido por minha avó por mencionar o nome de Deus e logo citar o diabo na conversa. Ela dizia que isso era pecado e um absurdo aos olhos de Deus. Do mesmo modo, muitas pessoas ficam perturbadas quando Deus e sexo são mencionados na mesma conversa. O que é isso, senão uma compreensão distorcida sobre sexo! Essas pessoas olham para o sexo como algo impuro, e o praticam, quando o fazem, com sentimento de culpa. Geralmente o ato sexual é apressado, sem carícias e sem prazer.

Não é difícil encontrar pessoas casadas que não sabem na prática o que é orgasmo... casais que já se magoaram tanto que perderam a capacidade de se unirem sexualmente... casais jovens com boa saúde que não desfrutam prazerosamente do sexo por questões religiosas... e muitas outras pessoas que conhecem o sofrer, não o prazer na relação.

Casais infelizes na vida sexual podem parar de alimentar atitudes errôneas e defectivas em relação ao sexo. O casal deve desfrutar do sexo sem medo de ser feliz, pois, Deus criou o sexo não apenas para a procriação, mas também para o prazer, caso contrário, uma mulher não deveria ter relação sexual depois de perder a capacidade de engravidar. Mas sabemos que o sexo não se limita a esse curto período de vida, pelo contrário, ele pode ser gozado em plena velhice, porque os órgãos genitais não se atrofiam nem perdem suas funções vitais, ainda que o prazer diminua à medida que o tempo passa.

Um casal pode aprender a gozar no sexo. Os maridos podem desenvolver um casamento excitante, “com a mulher da sua mocidade”. A aridez de um casamento pode se transformar num jardim florido de amor e os erros do passado deixados pra trás. Por isso, marido e mulher fazem bem em praticar o sexo com frequência e não devem se privar um ao outro, a não ser por mútuo consentimento, por algum tempo, por alguma razão específica, e, novamente se ajuntarem sexualmente. A melhor prevenção contra a tentação sexual é muito sexo na vida de um casal que se ama.

Baseado na sabedoria de Deus, um pai deu o seguinte conselho ao seu filho: “Seja bendito o teu manancial [as partes do teu corpo que produzem vida], e alegra-te [goza excitantemente] com a mulher da tua mocidade [a mulher que você escolheu], corça de amores e gazela graciosa [a beleza física do corpo feminino é arrebatador]. Saciem-te os seus seios em todo o tempo [os seios da esposa é uma fonte de prazer]; e embriaga-te sempre com as suas carícias [experimente o êxtase do prazer com as carícias dela]”. A relação sexual de um casal deve ser festiva e abençoada com a entrega total de corpos possuídos de amor que dão e recebem prazer e que unem almas e mentes felizes.

Deus criou homem e mulher com a necessidade mútua do sexo, de modo que essa necessidade é insubstituível, exceto por alguma anomalia genética ou pela decisão de viver sem satisfazer esse desejo por alguma razão de fórum íntimo. Mas, o ideal de Deus é que um casal viva para a satisfação mútua, numa relação sólida e comprometida, como “uma só carne”. Esse convívio deve ser transparente e sem vergonha, no sentido que um conhece ao outro e se se aceitam como cada um é. O prazer sexual passa por esse conhecimento pessoal integral e não apenas por uma sensação física. A qualidade do prazer no sexo tem tudo a ver com esse mútuo conhecimento.

Fomos criados “por modo assombrosamente maravilhoso”, o que indica os inúmeros detalhes intrincados de nossos corpos, cheios de sensações físicas intensas e maravilhosas para que maridos e esposas possam gozar juntos. Nada deve interferir nesse universo de prazeres de um casal, que usando de criatividade deve dar vazão aos desejos na felicidade mútua da relação a dois.

Desejar é uma virtude que implica em prazer, o qual se expressa de várias maneiras. Aqui consideramos o prazer sexual, partindo do pressuposto que ele é uma virtude a ser usufruída e não reprimido como o Cristianismo tem feito ao longo dos séculos. Se não devemos dá permissão descontrolada ao desejo sexual, gerando assim decadência licenciosa, por outro lado, não devemos reprimir ao que é inerente ao ser humano para ser gozado com imenso prazer devidamente.

Quando suprimimos a pulsão do desejo sexual por entender que a mesma é pecado, caímos na neurose sexual obsessiva adoecida pela repressão, o que também gera decadência semelhante à permissão descontrolada. Ignorar os desejos ou criar leis proibitivas não tem nenhum poder contra a sensualidade. Prazer é prazer, não tem como negar nem existe nada errado no prazer em si. Isso não valida o prazer pelo prazer, mas, aceitá-lo como nato, naturalmente desopila muitas coisas na cabeça.

O prazer sexual deve ser desfrutado entre duas pessoas que mutuamente se amam e que trocam afeição e carinho, comprometidos pela conjugalidade, mas sem jamais desqualificar a pessoa amada nem escravizá-la em nome do amor, pois prazer sem liberdade gera doença afetiva. Esse seria um prazer apenas carnal, mas sem o entrelaçamento psicológico e de alma, onde o prazer atinge o ápice do gozo.

A carência sexual sufocada não está mais se contendo, porém, tem provocado uma prática exacerbada culposa e sôfrega devido a repressão histórica. O Cristianismo ensinou ao mundo ocidental que Deus é contra o prazer sexual. Isso pode ser notado na ênfase dada à mãe de Jesus como virgem, antes, “durante e depois do parto”, e nos sacrifícios e penitências como expressão de adoração e gratidão a Deus por parte de católicos e evangélicos. O prazer sexual entre marido e esposa já foi objeto de punição eclesiástica num período da história cristã, e continua sendo reprimido.

Prazer sexual é mais que orgasmo. Prazer sexual é gozo, é êxtase, é cumplicidade, conhecidos apenas por um casal onde haja entrega mútua incondicional conforme a consciência de cada uma das partes, onde os dois se tornam “uma só carne”. Isso só acontece numa cama sem mácula, sem culpa e sem reservas pudicas por causa da religião ou de conceitos preconcebidos.

A fidelidade conjugal não passa apenas por uma vida sexual de qualidade entre um casal, mas certamente tem aqui uma fortaleza capaz de enfrentar grandes tentações. O livro de Cântico dos cânticos apresenta os componentes de uma relação conjugal apaixonada, sadia, provocativa e excitante. Eles se entregam sem pudor e sem vergonha ao prazer ao ponto de desmaiarem de amor, degustando das delícias do amor. A nudez é observada e admirada sem pressa numa contemplação arrebatadora; o sexo é praticado com variedades de locais e horários sem que a rotina e a mesmice lhe contamine; joias, perfumes, adornos, enfeites, penteados, beijos, e carícias, fazem parte do que o casal tanto valoriza; o vinho é bebido no cálice genital da amada no usufruto do prazer sexual, sem culpa e sem pudor. Essa apreciação mútua qualifica e fortalece a relação conjugal.

Antonio Francisco.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Atenção ao ouvir

Estudos mostram que somente ouvimos vinte por cento do que é dito. Não é sem razão que a falta de comunicação está na raiz da maioria dos problemas conjugais. É verdade. Os três assuntos que mais causam separação entre os casais, são: sexo, dinheiro, e comunicação. Este último é o motivo aqui considerado. Portanto, que a comunicação seja valorizada em nossa relação conjugal; que demos maior atenção ao que diz o nosso cônjuge, por palavras, gestos, silêncio, choro, caretas...

Reflexão bíblica

1. Ao ler as passagens seguintes, sublinhe o que você considera ser importante para uma boa comunicação conjugal.

“Sabeis estas coisas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus. Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma” (Tg 1.19-21).

“Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros. Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo. Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado. Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção. Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou” (Ef 4.25-32).

Daquilo que sublinhou acima, que aspecto você mais quer melhorar?

A arte do diálogo

O verdadeiro diálogo inclui expressar seu coração de forma saudável e ouvir o coração do outro. Expressar-se é uma arte, tanto quanto o ouvir, que vale a pena praticar. Todos se comunicam e todos ouvem, mas de modo errado, muitas vezes. Precisamos nos exercitar na arte de ouvir. Falamos não apenas com palavras, mas também com gestos e até mesmo com o silêncio. Tudo na relação conjugal comunica, e faremos bem em dar atenção ao que o outro está dizendo.

Uma estratégia para dominar essa arte é a técnica de assumir responsabilidade por seus sentimentos, confessando-os em vez de acusar a outra pessoa. Aqui está um segredo essencial para a boa comunicação conjugal: Parar de acusar a outra pessoa e falar por si mesmo, como ofensor ou ofendido.

1. Use frases que se iniciam com eu: “Eu estou (zangado, triste, agradecido, contente, maravilhado, surpreso, magoado...)”. Isso por si só já abre espaço para o outro lhe ouvir naturalmente, porque não estou acusando nem culpando meu cônjuge pelo que aconteceu, mas expressando os meus sentimentos e impressões sobre o que o ocorrido provocou em mim.

2. Evite frases que se iniciam com você, caso for atribuir sentimentos ou motivações à outra pessoa. Quando o outro ouve a palavra "você", aquilo causa uma reação de defesa ou ataque e bloqueia a qualidade da comunicação. De modo que não haverá atenção ao ouvir, quando me sinto acusado por quem amo. Portanto, evite começar frases com a palavra você, quando falar de sentimentos feridos.

3. Evite acusar o outro. Ninguém gosta de ser acusado, mesmo quando se tem consciência do erro cometido. Essa deveria ser uma decisão de cada marido e de cada esposa - nunca, jamais, acusar seu cônjuge por nada e em nada. Não estou dizendo com isso que devemos fazer vista grossa para o que acontece, apenas quero dizer que o modo de tratar com a falha do outro é que faz diferença na boa comunicação entre o casal. Precisamos entender de uma vez por todas que jogamos no mesmo time, e quando se joga no mesmo time, não tem como um ganhar e o outro perder. Quando se joga no mesmo time, quando um ganha, o outro também ganha. Quando um perde, o outro perde. Não posso me sentir vitorioso por acusar minha esposa, ganhar no argumento ou no grito, se ela se sentir ferida ou triste.

4. Faça um esforço para não ficar na defensiva nem na ofensiva. Seja grato pelo fato de o outro abrir o coração. Já está mais do que sabido, que jogamos no mesmo time. Então, o que fazer no nosso modo de se comunicar? Tratar o outro sempre com respeito, com amor e gratidão. Ser grato a Deus por sua vida e agradecer ao cônjuge por tê-lo como a pessoa que aceitou viver com ela por amor.

A qualidade de meu casamento mudou radicalmente quando aprendi a ouvir minha esposa com atenção. E ouvir o outro com atenção não é apenas escutar o que o outro diz, mas valorizar o que ela diz, mostrar interesse, respeito, e reagir de modo prático ao que se ouviu. Quando o cônjuge sabe que pode falar porque será ouvido com atenção sem rejeição, o coração se abre e tudo fica bem.

Metade do desafio é abrir nosso coração; a outra metade é realmente ouvir o coração do outro, fornecendo um ambiente de aceitação e amor. Poucos casais se comunicam com o coração. A maioria se comunica apenas com informações periféricas que caberiam em qualquer relação. A causa disso, é a má qualidade na comunicação. Quando damos atenção ao ouvir, tudo melhora.

Antonio Francisco.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Podemos fazer sexo anal?

Há dias vejo um vídeo se propagando entre meus amigos do facebook sobre sexo anal. As explicações são boas e anatomicamente aceitáveis. O que me chamou a atenção foi o interesse das pessoas em tornar o vídeo conhecido para educar os casais e corrigir o erro dessa prática “nojenta”. Lembro-me de dois pastores compararem o ânus com esgoto quando falavam de sexo anal. É, pelo jeito, “parece” que aquele lugarzinho não é mesmo desejado por ninguém. Muitos desejos se escondem nesse assunto.

Depois de criar o homem e a mulher “viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom”. Fomos criados com as genitálias e com desejos sexuais, o que nos mostra que Deus tem bom gosto e nos criou para usufruirmos desse que é um dos melhores prazeres desta vida – o prazer sexual. Infelizmente fomos ensinados desde a infância que o sexo é feio e errado. Os pais repreendiam e repreendem o menino quando acaricia seu “pinto” e a menina quando toca em sua vagina. Você lembra de conversas educativas sobre sexo com seus pais?

A educação sexual que os pais passam aos filhos é um vexame porque tem aquele efeito dominó, passam o que receberam, pois desde há muito tempo essa cultura é passada de pais para filhos - que o sexo é apenas para procriar e só se deve tratar dele no casamento. Enquanto isso, as coisas acontecem como se não acontecessem ou como não gostaríamos que acontecesse. Os adolescentes conhecem a prática sexual cada vez mais cedo e os problemas se avolumam nessa área com gravidezes precoces e DSTs por causa da ignorância sexual.

Entre os religiosos o sexo ainda é tratado com muitos tabus e preconceitos. Os jovens nas igrejas sofrem com a abstinência, com práticas escondidas, com a masturbação (sempre vista como pecado), com a pornografia cada vez mais acessível, com namoros eróticos e com a santidade de fachada que tem aparência de piedade, mas nenhum poder contra a sensualidade. As paixões da mocidade são tratadas nas igrejas apenas com regras moralistas que em nada ajudam aos jovens que sofrem com hormônios à flor da pele. Os solteiros vivem uma luta sem trégua: não podem praticar o sexo, mas também não podem negar a realidade dos impulsos sexuais. Muitos casam apenas para não viverem mais abrasados de desejos. Depois descobrem que precisavam de algo mais para concretizar um casamento.

O Cristianismo é o maior responsável pela imagem negativa do sexo no mundo ocidental. Leia o livro “Eunucos pelo reino de Deus” para ter uma ideia do que estou dizendo. O pessimismo sexual cristão tem raízes pagãs e gnósticas que se infiltraram na Igreja desde o princípio, se espalharam pelo mundo e continua repercutindo em nossos dias. Entre esses efeitos negativos está a depreciação da mulher e a imagem distorcida do casamento, a repressão sexual e ao mesmo tempo a libertinagem. A virgindade de Maria mãe de Jesus foi usada erroneamente contra o sexo como se essa prática não tivesse a aprovação de Deus, exceto para procriar.

As perguntas sem respostas ou respostas que não satisfazem deixam muitos vivendo pela metade quando o assunto é sexo. Saber o que é da vontade de Deus nessa área é um problema para muitos, pois os desejos, pensamentos e imaginações não encontram lugar na cultura religiosa predominante nas igrejas em geral. Muitos vivem uma realidade sexual que não podem revelar, caso contrário, teriam suas cabeças caçadas, ou melhor, suas membresias questionadas. As pessoas não se abrem porque já sabem como serão tratadas.

Perguntas como: Sexo oral e anal é pecado? Quantas vezes por semana um casal deve ter relação sexual? Que posições são certas ou erradas? Um cristão pode ter fantasias sexuais? Sexo sem um casamento civil é pecado? O que a Bíblia realmente fala sobre sexo? Essas e uma inúmera lista de outras perguntas continuam gerando polêmicas em nossa sociedade hipócrita que não tem coragem de encarar o sexo como ele é na prática, na vida real.

Ninguém precisa estudar medicina ou ler uma enciclopédia para saber que o sexo anal não é o meio convencional de ter sexo, que o ânus não tem a função orgânica de receber o pênis como a vagina, que as fezes saem por aquele canal que é infestado de bactérias. Quem não sabe disso desde sempre? Mas isso não quer dizer que essa questão fisiológica feche o assunto do sexo anal. A vida é mais que funções primárias num mundo de desejos, imaginações, fantasias, imperfeições e liberdade de expressão. Os gostos são relativos quando o assunto é sexo.

No ato conjugal os corpos se conjugam e os dois se tornam uma só carne. Na relação sexual a junção vai além dos corpos. Por isso, o marido deve dar à esposa tudo o que ela precisa no sexo, e também, semelhantemente, a esposa, deve dar ao seu marido tudo o que ele precisa sexualmente. O corpo da mulher é do seu marido, e o corpo do marido é de sua mulher. Um não deve privar o outro das delícias do amor, exceto por mútuo consentimento. Isso equivale dizer que a prática sexual do casal depende tão somente dos dois – mútuo consentimento. Não é apenas a vagina da mulher que pertence ao marido no ato conjugal, mas todo o corpo; como também não é apenas o pênis do marido que pertence à esposa, mas todo o seu corpo. Se sua esposa se excita no dedão do pé, por exemplo, chupe o dedão do seu pé. O nosso corpo é cheio de sensações agradáveis e feliz é o casal que sabe explorar isso.

No ato sexual os limites são quase ilimitados, como nos mostra a poesia bíblica, onde sexo tem tempo e acontece em todo o tempo, a eroticidade tem cor, cheiro, gosto, sabor, paladar, variedades, suspense, sedução, contemplação, mutualidade, fidelidade, valorização, amizade, fraternidade, respeito; os seios da amada são fonte de prazer, sua vagina é comparada a uma taça de vinho (sexo oral), a nudez é apreciada, os corpos dançam e são admirados, os beijos têm qualidade, o amor se declara e desmaia de prazer porque os apaixonados são fracos. O amor é invendável, é livre, é dado de graça. Assim é o amor, selado no coração e nas ações, porque o amor é forte como a morte – vitorioso, irresistível.

A intimidade do casal diz respeito apenas aos dois e a mais ninguém. Feliz é o casal que não se condena naquilo que aprova. Pesquisas mostram que a maioria dos casais têm relações sexuais entre duas e três vezes por semana, mas nada impede que se faça todos os dias ou uma vez por semana; as posições sexuais dependem da criatividade e do bom gosto de ambos; o ambiente das relações pode variar conforme as possibilidades e desejos; sexo antes de um casamento cartorial? Bem, disso tratarei noutra ocasião.

E o sexo anal? Pode ou não pode? Você já percebeu minha opinião. Esse é um assunto que cada casal decide entre si. Quem faz sexo anal não despreze o que não faz; e o que não faz não julgue o que faz, porque Deus acolhe a todos. Nosso corpo é todo erógeno: cabeça, cabelos, orelhas, lábios, língua, pescoço, mamilos, axilas, costas, mãos, barriga, nádegas, testículos, clitóris, coxas, pernas, joelhos, pés. O ânus é uma zona erógena tanto para homens como para mulheres. Isso não significa que deve haver penetração; carícias nessa região também podem dar muito prazer, se o tabu deixar. Alguém já disse que sexo anal é como carne de porco. Não é bom comer todo dia, mas estando bem limpinha é uma delícia. Se você vai praticar sexo anal use camisinha, use um bom lubrificante, relaxe a musculatura na hora da penetração, seja paciente, e seja feliz sem culpa e sem medo!

Antonio Francisco.

domingo, 7 de julho de 2013

Amor que valoriza

É próprio do amor valorizar e dar importância ao que se ama. Fomos criados para ser amados. O amor é o caminho sobremodo excelente e sem ele tudo perde a sua devida importância, mesmo as melhores. Sem amor todas as palavras ficam vazias de significado, todos os feitos perdem seu valor, e a fé fica sem proveito. O amor valoriza as relações. O amor é paciente com as pessoas, é bondoso, é capaz de sofrer porque acredita nas pessoas esperando delas o melhor, suportando tudo sem nunca desistir de amar.

Voltando-se para o relacionamento conjugal, a pergunta é: O que você precisa valorizar no seu casamento? Pare um pouco e relacione duas ou três áreas onde você precisa investir em seu casamento. Se não cuidarmos, com o tempo começamos a perder a sensibilidade na vida conjugal e deixamos de valorizar a pessoa com quem casamos por amor.

Você lembra-se de três momentos em seu casamento em que se sentiu especialmente amado e valorizado? Se isso aconteceu você pode lembrar o quanto aqueles momentos lhe fizeram bem. Você continua se sentindo amado e valorizado nessas áreas?

Pensando em seu cônjuge, qual a importância que você tem lhe dado? As palavras de Rute para a sua sogra Noemi expressam bem o que é um amor que valoriza: “(...) Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu e aí serei sepultada; faça-me o SENHOR o que bem lhe aprouver, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti” (Rute 1.16-17).

Como essas palavras se aplicam ao seu casamento? O nível de comprometimento e amor pelo seu cônjuge tem o peso das palavras de Rute? A declaração acima expressa uma aliança – somente a morte nos separará. Até que ponto essa aliança se aplica a seu casamento? Você se sente profundamente aliado nas áreas básicas de sua vida?

“Amor é a disposição de valorizar e de evitar desvalorizar as pessoas, que brota de um coração que se importa, centrado no outro. Casais em circunstâncias diferentes vivem o amor de maneiras diferentes. O casal recém-casado, com os olhares radiantes, acha que a disposição de valorizar e de não desvalorizar um ao outro flui naturalmente do coração. De modo diferente, um casal mais velho que se ama, casado há cinquenta maravilhosos anos, acha que estar disposto a valorizar é um hábito que reflete um coração de amor sem sequer pensarem a respeito. No entanto, o casal que tem um matrimônio conturbado, precisa tomar uma terceira trilha para um coração amoroso. Eles têm de aplicar amor. Eles têm de aplicar amor. Precisam valorizar o parceiro conscientemente, até mesmo quando não se sentirem assim. Devem ter a intenção consciente de não desvalorizar o parceiro nem sequer quando sentirem o desejo para revidar quando são feridos por serem criticados ou ignorados. Nenhuma dessas trilhas para o amor é a única certa. Cada casal tem de usar a trilha que se ajusta às suas circunstâncias” (Everett Worthington).

Vejamos algumas sugestões práticas para melhor valorizar seu cônjuge:
  1. A cada dia, faça questão de expressar criativamente que você o valoriza.
  2. Sempre que se sentir desvalorizado, expresse seu sentimento. Se for um casamento saudável, talvez a outra pessoa não tenha percebido que o estava desvalorizando. Ao perceber, pedirá perdão e haverá mudanças.
  3. Sempre que ouvir seu cônjuge desvalorizar-se, falando negativamente de si mesmo, alerte-o. Na maioria das vezes, essas memórias negativas são inconscientes. Precisamos de alguém que nos ajude a perceber nossa atitude negativa. Quem não teve amor saudável dos pais quando criança, facilmente se despreza.

    Aplicação
  1. Qual dessas três dicas lhe parece ser mais interessante nesta fase de seu casamento?
  2. Você tem uma ideia de quantas vezes por dia valoriza seu cônjuge e quantas o desvaloriza? Tem uma ideia de quantas vezes ele valoriza você e quantas desvaloriza?

    A seguir, coloque um número aproximado para cada item:

    a) Eu valorizo meu cônjuge ____ vezes por dia e o desvalorizo ____ vezes.

    b) Sinto que meu cônjuge me valoriza ____ vezes por dia e me desvaloriza ____ vezes.

    Você acha chato o que estou sugerindo? Mas, se isso fizer bem ao seu casamento, pratique, mesmo que seja por um tempo, até que as coisas fluam com naturalidade e se tornem um hábito. Você já pensou ter um casamento onde amar é um hábito!?

    Antonio Francisco.

sábado, 29 de junho de 2013

Algumas lições para os casados


Quando namorávamos fazíamos de tudo para conquistar cada dia a pessoa amada. É uma pena que a maioria de nós perde esse espírito conquistador depois do casamento. O casamento saudável deve existir de modo equilibrado. O vínculo conjugal é real mas não deve ser idolatrado. Os casados devem viver o casamento como se o não fossem, com liberdade madura, com leveza, conquistando cada dia o nosso cônjuge como se fossem os últimos dias de casamento antes da morte.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Tempo em seu casamento

Naquela noite, enquanto minha esposa servia o jantar, eu segurei sua mão e disse: "Tenho algo importante para te dizer". Ela se sentou e jantou sem dizer uma palavra. Pude ver sofrimento em seus olhos.

De repente, eu também fiquei sem palavras. No entanto, eu tinha que dizer a ela o que pensava. Eu queria o divórcio. E abordei o assunto calmamente. Ela não parecia irritada pelas minhas palavras e simplesmente perguntou em voz baixa: "Por quê?"

Eu evitei respondê-la, o que a deixou muito brava. Ela jogou os talheres longe e gritou "você não é homem!"

Naquela noite, nós não conversamos mais. Pude ouví-la chorando.

Eu sabia que ela queria um motivo para o fim do nosso casamento. Mas eu não tinha uma resposta satisfatória para esta pergunta.

O meu coração não pertencia a ela mais e sim a Jane.

Eu simplesmente não a amava mais, sentia pena dela.

Me sentindo muito culpado, rascunhei um acordo de divórcio, deixando para ela a casa, nosso carro e 30% das ações da minha empresa.

Ela tomou o papel da minha mão e o rasgou violentamente. A mulher com quem vivi pelos últimos 10 anos se tornou uma estranha para mim.

Eu fiquei com dó deste desperdício de tempo e energia mas eu não voltaria atrás do que disse, pois amava a Jane profundamente.

Finalmente ela começou a chorar alto na minha frente, o que já era esperado.

Eu me senti libertado enquanto ela chorava.

A minha obsessão por divórcio nas últimas semanas finalmente se materializava e o fim estava mais perto agora.

No dia seguinte, eu cheguei em casa tarde e a encontrei sentada na mesa escrevendo.

Eu não jantei, fui direto para a cama e dormi imediatamente, pois estava cansado depois de ter passado o dia com a Jane.

Quando acordei no meio da noite, ela ainda estava sentada à mesa, escrevendo. Eu a ignorei e voltei a dormir.

Na manhã seguinte, ela me apresentou suas condições: ela não queria nada meu, mas pedia um mês de prazo para conceder o divórcio. Ela pediu que durante os próximos 30 dias a gente tentasse viver juntos de forma mais natural possível.

As suas razões eram simples: o nosso filho faria seus exames no próximo mês e precisava de um ambiente propício para preparar-se bem, sem os problemas de ter que lidar com o rompimento de seus pais.

Isso me pareceu razoável, mas ela acrescentou algo mais. Ela me lembrou do momento em que eu a carreguei para dentro da nossa casa no dia em que nos casamos e me pediu que durante os próximos 30 dias eu a carregasse para fora da casa todas as manhãs.

Eu então percebi que ela estava completamente louca mas aceitei sua proposta para não tornar meus próximos dias ainda mais intoleráveis.

Eu contei para a Jane sobre o pedido da minha esposa e ela riu muito e achou a ideia totalmente absurda.

"Ela pensa que impondo condições assim vai mudar alguma coisa; melhor ela encarar a situação e aceitar o divórcio" ,disse Jane em tom de gozação.

Minha esposa e eu não tínhamos nenhum contato físico havia muito tempo, então quando eu a carreguei para fora da casa no primeiro dia, foi totalmente estranho. Nosso filho nos aplaudiu dizendo "O papai está carregando a mamãe no colo!".

Suas palavras me causaram constrangimento. Do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa, eu devo ter caminhado uns 10 metros carregando minha esposa no colo. Ela fechou os olhos e disse baixinho "Não conte para o nosso filho sobre o divórcio".

Eu balancei a cabeça mesmo discordando e então a coloquei no chão assim que atravessamos a porta de entrada da casa. Ela foi pegar o ônibus para o

trabalho e eu dirigi para o escritório.

No segundo dia, foi mais fácil para nós dois. Ela se apoiou no meu peito, eu senti o cheiro do perfume que ela usava.

Eu então percebi que há muito tempo não prestava atenção a essa mulher. Ela certamente tinha envelhecido nestes últimos 10 anos, havia rugas no seu rosto, seu cabelo estava ficando fino e grisalho. O nosso casamento teve muito impacto nela. Por uns segundos, cheguei a pensar no que havia feito para ela estar neste estado.

No quarto dia, quando eu a levantei, senti uma certa intimidade maior com o corpo dela. Esta mulher havia dedicado 10 anos da vida dela a mim.

No quinto dia, a mesma coisa. Eu não disse nada a Jane, mas ficava a cada dia mais fácil carregá-la do nosso quarto à porta da casa. Talvez meus músculos estejam mais firmes com o exercício, pensei.

Certa manhã, ela estava tentando escolher um vestido. Ela experimentou uma série deles mas não conseguia achar um que servisse. Com um suspiro, ela disse "Todos os meus vestidos estão grandes para mim". Eu então percebi que ela realmente havia emagrecido bastante, daí a facilidade em carregá-la nos últimos dias.

A realidade caiu sobre mim com uma ponta de remorso... ela carrega tanta dor e tristeza em seu coração.....

Instintivamente, eu estiquei o braço e toquei seus cabelos.

Nosso filho entrou no quarto neste momento e disse "Pai, está na hora de você carregar a mamãe".

Para ele, ver seu pai carregando sua mão todas as manhãs tornou-se parte da rotina da casa. Minha esposa abraçou nosso filho e o segurou em seus braços por alguns longos segundos. Eu tive que sair de perto, temendo mudar de ideia agora que estava tão perto do meu objetivo. Em seguida, eu a carreguei em meus braços, do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa. Sua mão repousava em meu pescoço.

Eu a segurei firme contra o meu corpo. Lembrei-me do dia do nosso casamento.

Mas o seu corpo tão magro me deixou triste. No último dia, quando eu a segurei em meus braços, por algum motivo não conseguia mover minhas pernas. Nosso filho já tinha ido para a escola e eu me vi pronunciando estas palavras: "Eu não percebi o quanto perdemos a nossa intimidade com o tempo".

Eu não consegui dirigir para o trabalho.... fui até o meu novo futuro endereço, saí do carro apressadamente, com medo de mudar de ideia...Subi as escadas e bati na porta do quarto. A Jane abriu a porta e eu disse a ela "Desculpe, Jane.Eu não quero mais me divorciar".

Ela olhou para mim sem acreditar e tocou na minha testa "Você está com febre?

" Eu tirei sua mão da minha testa e repeti "Desculpe, Jane. Eu não vou me divorciar. Meu casamento ficou chato porque nós não soubemos valorizar os pequenos detalhes da nossa vida e não por falta de amor.

Agora eu percebi que desde o dia em que carreguei minha esposa no dia do nosso casamento para nossa casa, eu devo segurá-la até que a morte nos separe.

A Jane então percebeu que era sério. Me deu um tapa no rosto, bateu a porta na minha cara e pude ouvi-la chorando compulsivamente. Eu voltei para o carro e fui trabalhar.

Na loja de flores, no caminho de volta para casa, eu comprei um buquê de rosas para minha esposa. A atendente me perguntou o que eu gostaria de escrever no cartão. Eu sorri e escrevi: "Eu te carregarei em meus braços todas as manhãs até que a morte nos separe".

Naquela noite, quando cheguei em casa, com um buquê de flores na mão e um grande sorriso no rosto, fui direto para o nosso quarto onde encontrei minha esposa deitada na cama - morta.

Minha esposa estava com câncer e vinha se tratando a vários meses, mas eu estava muito ocupado com a Jane para perceber que havia algo errado com ela. Ela sabia que morreria em breve e quis poupar nosso filho dos efeitos de um divórcio - e prolongou a nossa vida juntos proporcionando ao nosso filho a imagem de nós dois juntos toda manhã. Pelo menos aos olhos do meu filho, eu sou um marido carinhoso.

Os pequenos detalhes de nossa vida são o que realmente contam num relacionamento.

Não é a mansão, o carro, as propriedades, o dinheiro no banco. Estes bens criam um ambiente propício a felicidade mas não proporcionam mais do que conforto. Portanto, encontre tempo para ser amigo de sua esposa, façam pequenas coisas um para o outro para mantê-los próximos e íntimos. Tenham um casamento real e feliz! Se você não dividir isso com alguém, nada vai te acontecer.

Mas se escolher enviar para alguém, talvez salve um casamento.

Muitos fracassados na vida são pessoas que não perceberam que estavam tão perto do sucesso e preferiram desistir..

Palavras que agregam valor: superar, perdoar, amar, reconciliar, agir com humildade, viver.

Rosângela Linhares.

sábado, 3 de julho de 2010

Reparos

Neemias ao saber que seu povo passava por grande sofrimento e grande humilhação em Jerusalém, chorou e passou dias lamentando-se, jejuando e orando ao Deus dos céus por aquela situação. Depois foi falar com o rei Artaxerxes, o qual permitiu-lhe ir à Judá para ver seus queridos compatriotas, amigos e irmãos que haviam voltado do cativeiro. Neemias teve êxito total na reconstrução dos muros de Jerusalém, porque o povo o apoiou e o ajudou. Além disso, ele contava com o apoio de Deus.

"Vejam a situação terrível em que estamos: Jerusalém está em ruínas, e suas portas foram destruídas pelo fogo. Venham, vamos reconstruir os muros de Jerusalém....". Neemias 2:17. "Sim, vamos começar a reconstrução". E se encheram de coragem para a realização desse bom projeto". Neemias 2:18. Inimigos se levantaram, mas Neemias e os judeus permaneceram firmes.

O capítulo 3 de Neemias menciona muitíssimas vezes a expressão "fez os reparos". Se você quiser e tiver paciência, leia esse capítulo sublinhando todas as vezes que encontrar a palavra REPAROS na tradução Nova versão Internacional- NVI ou REPAROU ou REPARARAM na Edição Revista e Atualizada. No versículo 20 é mencionado que Baruque, filho de Zabai, REPAROU com zelo ou com grande ardor. Quantos reparos foram feitos para que os muros de Jerusalém fossem reconstruídos! Quantas lutas, dificuldades e oposições o povo teve que enfrentar e vencer!

O que você precisa reparar ou reconstruir na sua família ou na sua vida? Encha-se de coragem e comece ou continue agora mesmo. As mudanças não acontecem instantaneamente, mas certamente acontecerão, se você quiser e se dispor para tal. O Pai, o Filho e o Espírito Santo lutam com e por você o tempo todo. "Tenha coragem e mãos à obra!" (Esdras 10:4).

Rosângela Linhares.

quarta-feira, 31 de março de 2010

A arte de amar

Conta uma velha lenda dos índios Sioux, que uma vez, Touro Bravo, o mais valente e honrado de todos os jovens guerreiros, e Nuvem Azul, a filha do cacique, uma das mais formosas mulheres da tribo, chegaram de mãos dadas, até a tenda do velho pagé da tribo. Nós nos amamos e vamos nos casar - disse o jovem. E nos amamos tanto que queremos um feitiço, um conselho, ou um talismã que nos garanta que poderemos ficar sempre juntos... um ao lado do outro até a morte? (Acompanhe esse relato).

E o velho emocionado ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse:

Tem uma coisa a ser feita, mas é uma tarefa muito difícil e sacrificada... Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte dessa aldeia, e apenas com uma rede e tuas mãos, deves caçar o falcão mais vigoroso do monte... e trazê-lo aqui com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia. E tu, Touro Bravo - continuou o pagé - deves escalar a montanha do trono, e lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias, e somente com as tuas mãos e uma rede, deverás apanhá-la trazendo-a para mim, viva!

Os jovens abraçaram-se com ternura, e logo partiram para cumprir a missão recomendada... no dia estabelecido, à frente da tenda do pagé, os dois esperavam com as aves dentro de um saco.

O velho pediu, que com cuidado as tirassem dos sacos... e viu que eram verdadeiramente formosos exemplares...

E agora o que faremos? - perguntou o jovem - as matamos e depois bebemos a honra de seu sangue?

Ou as cozinhamos e depois comemos o valor da sua carne? - propôs a jovem.

Não! - disse o pagé - apanhem as aves, e amarrem-nas entre si pelas patas com essas fitas de couro... quando as tiverem amarradas, soltem-nas, para que voem livres...

O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi ordenado, e soltaram os pássaros... a águia e o falcão tentaram voar mas apenas conseguiram saltar pelo terreno. Minutos depois, irritadas pela incapacidade do vôo, as aves arremessavam-se entre si, bicando-se até se machucar.

E o velho disse: — Jamais esqueçam o que estão vendo... este é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão... se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se, como também, cedo ou tarde, começarão a machucar-se um ao outro... Se quiserem que o amor entre vocês perdure...

Voem juntos... mas jamais amarrados.

O Senhor que nos convida à liberdade de amar te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!

(autor desconhecido).

Rosângela Linhares.

terça-feira, 23 de março de 2010

Casados mas solitários

A pior solidão é aquela que acontece quando você está acompanhado. Será que é possível tal fenômeno suceder em um casamento? Evidente e infelizmente a resposta para esta pergunta é SIM. Muitas mulheres e homens sentem-se solitários dentro do casamento porque não existe diálogo ou uma conversa mais profunda. Quando falam entre si é a respeito de coisas superficiais ou sobre outras pessoas. Quando um dos cônjuges abre o seu coração, corre o grande risco de ser ignorado e ficar solitário.

As esposas sentem imensa necessidade de serem ouvidas pelos seus maridos e estes falham bastante nesta área por não darem a devida atenção que elas carecem e merecem. A mulher por sua natureza inerente é detalhista, conversadeira e extrovertida, com algumas exceções. Se o seu esposo não demonstra interesse na sua conversa ou naquilo que é importante para ela, mesmo que para ele seja uma "bobagem", ela com o passar do tempo vai desanimar de compartilhar seus interesses, seus anseios e acontecimentos com ele. Falar para que, se ele não gosta de ouvir?

Isso pode acontecer também com o esposo, de a mulher não dar-lhe a importância que ele gostaria e necessita. Esta é uma das razões pela qual tantos casais estão juntos, mas estão sentindo-se sozinhos e solitários. Estão debaixo do mesmo teto, comem juntos, dormem juntos, mas cada um vive no seu "mundinho". Cada um tem seus próprios interesses, projetos, sonhos e nem sequer deixa o outro participar. Tal coisa é muito triste! O mais triste é se não houver uma consciência de mudança e uma decisão radical e proposital para acontecer a mudança. Aí o casamento vai só definhando como uma plantinha que murcha e morre por não ser dia a dia cultivada, regada e cuidada.

O casamento não é uma mágica, é preciso ser cuidado, dia após dia, hora após hora e minuto após minuto. Parece exagero, mas não é. "Só é duradouro aquilo que se renova todos os dias". Eu citei uma faceta na vida a dois, mas existem muitas outras coisas que precisamos observar e praticar se queremos ter um casamento saudável. É tão fácil acomodar-se e deixar que o casamento seja transformado em uma rotina apenas suportável ou insuportável e um relacionamento sem graça, monótono, e medíocre.

Que o Senhor nos ajude! Que o nosso casamento seja restaurado, renovado e cada dia edificado no amor de Cristo e que nós estejamos dispostos a pagar o preço para que isto aconteça, não somente em ocasiões esporádicas, mas todos os dias.

Rosângela Linhares.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Satisfaça seu cônjuge

“Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros” (Fp 2.4). Logo que casei, percebi que meus interesses deveriam levar em conta também os interesses de minha esposa. Ninguém perde a individualidade quando casa, mas, perde o individualismo, que aliás, nunca deveria encontrar lugar em nossas vidas. Satisfazer o meu cônjuge não anula minha vontade mas deve ser minha vontade consciente. Deus pensou nisso quando disse: "Os dois se tornarão uma só carne".

Eu não poderia mais pensar em satisfazer apenas a mim mesmo, pois a vida de casado implica em satisfazer ao cônjuge. Esse é um princípio cristão aplicado a todos os nossos relacionamentos, especialmente ao casamento. A Bíblia diz: “Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros” (Fp 2.4). Todos nós temos necessidades que devem ser satisfeitas. Algumas dessas necessidades somente o cônjuge pode satisfazer. Está escrito: “O marido deve cumprir os seus deveres conjugais para com a sua mulher, e da mesma forma a mulher para com o seu marido” (1Co 7.3).

Alguns maridos mandam suas esposas para especialistas para tratarem de “problemas” que eles mesmos poderiam resolver. Por incrível que pareça, às vezes a esposa só precisa de atenção e carinho do marido e não de um médico. Certamente que isso se aplica também ao marido. A esposa indiferente em casa pode contribuir para que seu marido fique mais vulnerável na rua. Ninguém casa sabendo tudo. Aliás, a gente casa sem saber quase nada. Mas, o importante aqui é ter disposição e humildade para aprender a satisfazer ao cônjuge.

Grandes conflitos conjugais e até separações acontecem por indiferença às necessidades do outro. O que para mim pode ser simples, para minha esposa pode ser um problema sério. Devemos evitar brincar com os medos do nosso cônjuge. A melhor atitude é satisfazer o que cada um precisa. Às vezes isso não é fácil. Precisamos pedir a Deus que nos ajude para tanto. A Bíblia diz que a mulher sábia edifica a sua casa, e que o marido deve tratar a esposa com honra (Pv 14.1; 1Pe 3.7). Concluimos que precisamos crescer na arte da satisfação conjugal. Quando não satisfaço meu cônjuge, alguém pode se oferecer para isso.

Antonio Francisco.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Casados para amar

Depois de vinte e oito anos de casado descobri que a maioria dos casais tratam-se como os pais tratam os filhos - querem criar o cônjuge como se fosse filho. Não é sem razão que quase sempre brigamos porque o outro não age como queremos. Mas não casamos para mudar o outro ou para fazer o que os pais não fizeram. Ninguém muda ninguém nem deve tentar fazer isso. Casamos para amar a pessoa com quem casamos e não para moldá-la ao nosso modo. Compreender isso faz diferença.

Quando casamos trazemos toda uma herança familiar que nos acompanhará por toda a vida. É por isso que aconselho aos namorados e noivos a conhecerem o histórico familiar de seus futuros cônjuges. Somos o que recebemos de nossos pais, e isso se manifesta no casamento com todas as implicações. Quando casamos trazemos tradições, hábitos, costumes, vícios, virtudes e princípios. É isso que somos e isso será vivido no casamento sem que o cônjuge possa alterar.

É bem verdade que somos mutáveis e estamos sempre aprendendo. É claro que nosso comportamento pode ser alterado para melhor ou pior ao longo da vida. O cônjuge pode contribuir consideravelmente para o nosso bem comportamental. Mas isso deve ser fruto da vivência comum a dois e não resultado de imposições, chantagens ou ordens de cima para baixo como um caudilho tratando seus subalternos. O livro bíblico de Cântico dos Cânticos ilustra isso muito bem. O poema conjugal que permeia esse livro mostra um casal que vive para amar um ao outro. Tal proceder gera na pessoa amada auto-estima, confiança, disposição, produtividade, amabilidade, romantismo e tudo de bom. Quando um casal vive assim, mudanças naturais, benéficas e reais acontecem na vida do outro.

A expressão “cara-metade” com o sentido de que sou incompleto ou imperfeito até que encontre minha outra metade, não me parece ser excelente. Cada pessoa tem a sua completude. Não preciso de outra pessoa para me completar e ninguém precisa de mim para ser completa. Somos o que somos. Talvez isso seja confundido com a necessidade inerente que temos de nos relacionar. Isso já é outra coisa.

Como tenho aprendido e experimentado os efeitos claros dessa ideia, sugiro que os casais ponderem sobre isso. Não casamos para mudar o outro ou para criar o cônjuge. Casamos para amar a pessoa com quem casamos exatamente como ela é e não como eu gostaria que ela fosse. É bom lembrar que Deus nos ama exatamente como somos e não como poderíamos ser. Assim devemos ser com nosso cônjuge. Livre-se de carregar o cônjuge nas costas. Liberte-se e deixe a pessoa amada livre para que ela seja o que realmente é.

Dizem que os opostos se atraem. Atraímos-nos pelas diferenças do outro e depois que casamos queremos que ela se torne como nós. Isso é um contra-senso, mas é exatamente o que acontece com a maioria dos casais. Daí os atritos constantes e as separações cada vez mais comuns.

A Bíblia diz: “Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster” (Rm 14.4). “Portanto, acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para a glória de Deus” (Rm 15.7). “Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros” (Fp 2.4). Seja qual for a realidade de seu casamento, investir em amar o outro como ele é sem querer mudar a pessoa, é uma maneira madura de viver bem no casamento.

Antonio Francisco.